O processo de inserção da criança em novas experiências inicia-se no nascimento, acompanha-a no decorrer de toda a sua vida e ressurge a cada nova situação que vivencia. Tendo em vista a dificuldade do processo de transição da criança pequena de sua casa para o mundo mais amplo, percebe-se a necessidade de realizar um acolhimento que contribua para o desenvolvimento da capacidade da criança de fazer parte de um novo contexto.
O acolhimento é um princípio a ser considerado em várias situações que acontecem com as crianças, como nos atrasos ou em um período prolongado longe da instituição (doença, férias, feriado…) durante o ano letivo, pois materializa a humanização da educação, valendo tanto para os primeiros dias, como também ao longo do processo educativo.
Uma inserção compromissada com o acolhimento significa abrir-se ao aconchego, ao bem-estar, ao conforto físico e emocional, ao amparo. O ato de educar não se separa do ato de cuidar. Sendo assim, amplia-se o papel e a responsabilidade da instituição educacional, neste momento.
Pensar como se dará a chegada das crianças (novas ou não) nos primeiros dias do calendário escolar, pensar nos tempos, materiais e ambientes, nos profissionais e suas atribuições, nas famílias e suas inseguranças são aspectos importantes para assegurar a qualidade da adaptação. Também é bom que as atividades não se distanciem do dia-a-dia, evitando criar expectativas que não se cumprirão.
O bom andamento desse processo requer um planejamento coletivo, o envolvimento de todos os profissionais da educação, participação efetiva da família, sempre considerando a diversidade e os sentimentos das crianças e dos adultos.
São realizadas atividades diversificadas e lúdicas, utilizando-se histórias e cantinhos de brincadeiras com o objetivo de aproximar e criar vínculos afetivos entre a criança, seus pares e o corpo docente da escola, promovendo diálogos sobre espaços e os lugares por elas ocupados na instituição.
O dia letivo inicia-se com uma música infantil, igual para os dois turnos. Na sequência, as crianças seguem para as salas de aula com suas respectivas professoras, para o desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Muitas vezes, as crianças choram e dizem que não querem ficar com a professora. Outras, não demonstram insatisfação e sequer exigem a presença dos pais nos primeiros dias. Por isso, devemos respeitar o olhar da criança, sua liberdade, autonomia, seu protagonismo sobre esse período em que se encontra longe do seio familiar, debatendo sobre a necessidade de realizar uma inserção gradativa, natural e que traga a condição adequada que possibilite o processo educativo.