Autonomia é a nossa capacidade de agir de acordo com as próprias ideias e princípios. Mas como saber até onde a criança pode ir? Como estabelecer esse limite? Como saber se estamos sendo protetores demais ou liberais em excesso?
Incentivar a autonomia não significa deixar a criança fazer o que quiser na hora em que quiser. Liberdade sem disciplina é um grave erro e suas consequências são sentidas até na fase adulta. Incentivar a autonomia significa conscientizar a criança a respeito da vida, da rotina da casa, do cuidado com o corpo e com a mente, da relação com a natureza e com o mundo que nos cerca. Significa respeitar seu tempo de aprendizado e valorizá-la em suas iniciativas. Acima de tudo, dar autonomia significa alimentar na criança o sentimento de que ela é capaz de resolver problemas e superar desafios, de que é digna de tomar decisões e lidar com as consequências de suas escolhas. É dar a ela confiança e amor para que ela desenvolva esses atributos em relação a si mesma.
Tudo isso é um processo gradual, que vai se desenvolvendo à medida que a criança realiza novas conquistas e adquire condições que contribuem pouco a pouco para que ela se torne independente. À medida que a criança resolve questões, situações e conflitos nos quais houve uma orientação prévia, os conceitos educativos e valores morais ensinados anteriormente vão sendo reforçados. Devemos estar ao lado da criança, orientando no que for possível, incentivando a realização de tarefas e propondo novos desafios, sempre permitindo que ela supere seus limites e explore o ambiente, dentro do que for seguro.
Muitas vezes na correria do dia a dia, acabamos realizando as tarefas pelas crianças, resolvendo os conflitos naturais da infância e, tudo isso, na intenção de protegê-las. Porém, essas interferências acabam mandando mensagens erradas ao cérebro infantil. Livrando-o de todo o tipo de frustrações, condicionamos a criança a esperar a ajuda dos outros para realizar cada movimento, cada escolha. A criança, então, acaba sendo privada de aprender com seus erros, de ter iniciativas, de acreditar que é capaz de resolver problemas.
A criança está sempre em desenvolvimento, então é preciso ter atenção aos sinais que mostram que ela está crescendo e que já tem habilidade para desempenhar uma atividade. Com paciência, aprendemos a enxergar as necessidades da criança e, também, os sinais que ela dá de que já está pronta para tentar algo novo. O segredo está em ser presente e ampará-la, para que ela se sinta confiante e saiba que pode contar com você.
Muitos estudos mostram que crianças autônomas têm um desenvolvimento acima da média emocional e intelectualmente. Não só sua resiliência é fortificada, mas também sua memória, criatividade, capacidade de planejamento e execução de tarefas.
Confira algumas dicas que você pode aplicar de acordo com a idade da criança:
- Envolva a criança aos poucos em pequenas escolhas do dia a dia. Deixe-a decidir qual será a sobremesa do almoço de sábado, por exemplo. Dê opções de trajes para que decida o que prefere vestir, apresente diferentes livros. Dica: limite o número de opções para que ela não se sinta perdida.
- Deixe a criança ciente sobre os ônus e bônus de toda a escolha, antes que ela decida o que quer e dê tempo para que possa refletir.
- Se a criança se arrepender da escolha que fez, ensine-a a lidar com a frustração! Explique que é assim mesmo, que haverá outras oportunidades e que ela fez o que achou melhor para aquele momento. Não a critique ou diga “eu te disse!”.
- Separe todos os dias 30 minutos para brincar com a criança. Neste período, deixe-a guiar a brincadeira e se proíba de corrigi-la e repreendê-la. Faça aquilo que ela indicar que quer fazer – desde que não a coloque em risco, claro!
Interajam e divirtam-se em família! Essas atitudes garantirão o desenvolvimento saudável da criança!!
Um abraço fraterno,
Direção do Jardim