O isolamento social durante a pandemia do Covid-19 trouxe uma oportunidade para várias fa

O trabalho infantil ainda é uma triste realidade para meninos e meninas no Brasil, roubando a infância de milhões de crianças todo ano. Trabalho infantil é toda forma de trabalho realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima permitida.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a legislação brasileira, é proibida a contratação de menores de 14 anos de idade. Adolescentes entre 14 e 17 anos podem trabalhar, desde que tenham sua carteira assinada e trabalhem em uma categoria de registro especial, a de menor aprendiz, na qual eles possam aprender um ofício e trabalhar por meio período, para que não haja prejuízo dos estudos. Eles também devem estar matriculados e frequentando a escola e não podem desenvolver atividades de risco, atividades degradantes e trabalho noturno. Porém essa não é a realidade de muitos em nosso país.

As crianças e os adolescentes que se encontram atualmente em condição de exploração do trabalho vivem muitas vezes em situação de vulnerabilidade social. Eles normalmente vêm de famílias com baixa renda e moram em locais de miséria e desigualdade social. Muitas das crianças exploradas têm menos de 10 anos de idade. Elas trabalham em situações e locais que oferecem riscos à sua saúde e sua integridade física e social, além de terem sua infância prejudicada e não terem acesso ao direito universal à educação.

Comumente, crianças e adolescentes explorados exercem serviços como trabalho doméstico, de faxineiras, lavadeiras, cozinheiras, jardineiros e “ajudantes” que fazem reparos em casas de família, trabalho rural em lavouras, trabalhos perigosos no campo em carvoarias, olarias e minas, ou sendo explorados sexualmente. Essa última é umas das piores formas de exploração infantil, pois além das sequelas tradicionais, ainda provoca danos psicológicos irreversíveis nas crianças e adolescentes que são submetidas a tal situação.

Igualmente preocupantes são os tipos de trabalho realizados por crianças e adolescentes frequentemente admitidos pela sociedade, como o comerciante ambulante, o guardador de carros e o guia turístico, tornando o trabalho na infância invisível, aumentando seu ciclo de aceitação.

Precisamos reconhecer os impactos e consequências físicas e psicológicas na vida de meninos e meninas que trabalham, desconstruindo assim a falsa ideia de que o trabalho precoce é um caminho possível para o desenvolvimento humano e social. Antes de trabalhar, é preciso estudar, brincar, se socializar com outras crianças para se desenvolver em todas as suas habilidades de forma integral.

Mesmo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proibindo o trabalho infantil, e a Constituição Federal de 1988 criminalizando a exploração do trabalho infantil, a situação ainda persiste. Segundo dados das últimas pesquisas, que foram realizadas 2019, havia 1,8 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2021 como o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil. O objetivo é encorajar ações legislativas e práticas para eliminar o problema em todo o mundo. Vários países, dentre eles o Brasil, fizeram o compromisso junto à ONU de erradicar todas as formas de exploração do trabalho infantil até 2025. Porém o cumprimento dessa meta foi dificultado devido ao agravamento da crise socioeconômica no contexto da pandemia da COVID-19, pela desestruturação de políticas públicas de prevenção e erradicação do trabalho infantil, pela ausência de apoio às famílias em situação de vulnerabilidade e também pela redução de recursos financeiros para as ações de fiscalização do trabalho infantil.

A forma mais efetiva de combater o trabalho infantil é combatendo a desigualdade social, uma vez que costuma ser a razão para as crianças ingressarem no mercado de trabalho informal. Além disso, também podemos contribuir com a erradicação da exploração infantil denunciando os casos que encontramos.

mílias poderem compartilhar mais momentos juntos, o que antes, para alguns, não era possível devido a correia do dia a dia. Porém a pandemia também trouxe diversos desafios, em especial para crianças, como rotinas alteradas, falta da convivência com os colegas na escola, com amigos e familiares queridos, medo e insegurança frente a um inimigo invisível. Essas condições afetam de forma singular, em curto e longo prazo, a nossa saúde física e mental.
É preciso ter um olhar especial para as crianças, pois elas nem sempre conseguem expressar o que estão sentindo ou acontecendo. Na infância a estrutura mental é desenvolvida e o acontecimento sucessivo de situações adversas em longo prazo, pode atrapalhar o desenvolvimento do cérebro e, até mesmo, alterar alguns sistemas importantes.
O importante nestes momentos é que possamos estar disponíveis para escutar e acolher as crianças, pois através da relação, do diálogo e do tempo dedicado ao outro podemos ajudá-las a identificar suas emoções e seus sentimentos e a lidar bem com eles.
Ter uma boa saúde mental envolve diversos aspectos como o bem-estar físico, mental e social. A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que para crescerem saudáveis, as crianças devem passar menos tempo sentadas assistindo a telas, devem dormir melhor e ter mais tempo para brincar ativamente.
O confinamento gerou um aumento expressivo da utilização das telas e dispositivos digitais, causando modificações nas relações familiares. O uso de tecnologias digitais, embora muito úteis, precisa ser bem orientado. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, o excesso de tempo em frente às telas dos equipamentos eletrônicos não só pode provocar alterações de comportamento, como também contribui para o aumento da obesidade infantil.
Para aumentar o nível de atividade física, os pais precisam investir na prática de exercícios físicos em casa, de forma lúdica, através de brincadeiras e atividades adaptadas para ambientes fechados. Assim, praticar atividade física pode se tornar um momento familiar de entretenimento e socialização, o que pode oferecer também benefícios importantes para a saúde mental.
Ao fim do dia, mais do que algumas horas de repouso, o sono é essencial para que crianças se desenvolvam, tanto física quanto emocionalmente. É durante o sono que nos desligamos do mundo e nosso corpo libera substâncias do crescimento, transforma as vivências do dia em aprendizados, e equilibra nosso organismo de uma forma que somente uma boa noite de descanso consegue fazer.
Por isso, é importante garantir a qualidade do sono, além de respeitar a quantidade de horas de descanso necessárias. Para as crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos) é indicado de 10 a 13 horas de sono, que podem incluir cochilos, com horários regulares para dormir e acordar.
Para que as crianças tenham uma boa noite de sono, seguem algumas dicas: Na hora de dormir proponha atividades mais relaxantes e que aconteçam em uma sequência de eventos. Jantar, fazer uma brincadeira que não seja relacionado às telas, e sim um momento de estar junto. Pode ser brincar de desenhar, jogar cartas, montar lego. Depois, escovar os dentes e fazer alguma atividade breve no quarto, como deitar na cama e ler uma história. Nesse momento é interessante ter uma diminuição do movimento na casa e a luz ir ficando mais baixa. Tendo essa repetição todos os dias, a criança vai percebendo essa rotina e se adaptando a ela.

Diga não ao trabalho infantil!!!

Um abraço fraterno,
Direção do Jardim

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *