Construir uma Cultura da Paz envolve dotar as crianças e os adultos de uma compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, da violência que tem sido parte integrante de qualquer sociedade, em seus mais variados contextos.

Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado em seu sentido negativo, quando se traduz em um estado de não-guerra, em ausência de conflito, em passividade e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada a um vazio, a uma não existência palpável, difícil de se concretizar e precisar. Em sua concepção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da não-violência para resolver conflitos, a prática do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação planejada e o movimento constante da instalação de justiça.

De acordo com a UNESCO, Cultura de Paz significa o comprometimento de promover e vivenciar o respeito à vida e dignidade de cada pessoa sem discriminação ou preconceito, a rejeição de qualquer forma de violência, o compartilhar de tempo e recursos com generosidade a fim de terminar com a exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica, desenvolver a liberdade de expressão e diversidade cultural através do diálogo e da compreensão do pluralismo, manter um consumo responsável respeitando todas as formas de vida e contribuir para o desenvolvimento da comunidade, área, país e planeta.

A comunicação não violenta (CNV) é um modelo, uma forma de ver o mundo, um estado mental e emocional, que é fundamental no estabelecimento de uma relação pacífica entre as pessoas. Elaborada em 1960, pelo psicólogo estadunidense Marshall Rosenberg, a CNV é uma abordagem que visa aprimorar os relacionamentos pessoais e profissionais, ensinando a trabalhar os conflitos interpessoais de maneira mais saudável e compassiva. Seguem algumas dicas de como incluir a comunicação não violenta no nosso dia-a-dia:

  1. Ouça de verdade e faça perguntas, ao invés de deduzir;
  2. Se esforce para compreender o que está sendo dito;
  3. Seja sempre claro em suas colocações;
  4. Se respeite, respeite o outro e se faça ser respeitado;
  5. Perceba a negatividade do seu discurso (e busque alterá-lo);
  6. Busque ser empático (de verdade!);
  7. Trabalhe a sua paciência;
  8. Evite o vitimismo sentimental (Síndrome de Hardy);
  9. Generosidade é a alma do negócio;
  10. Peça sem exigir.

Uma cultura de paz implica no esforço para modificar o pensamento e a ação das pessoas no sentido de promover a paz. Falar de violência e de como ela nos assola, deixa de ser a temática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia-a-dia e temos consciência disto. Porém, o sentido do discurso precisa impregná-lo de palavras e conceitos que anunciem os valores humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A violência já está bastante denunciada, e quanto mais falamos dela, mais lembramos sua existência em nosso meio social e ambiental.

A cultura da paz está pautada em valores humanos que precisam ser colocados em prática, a fim de passarem do estado de intenção para o exercício da ação, transformando-se, concretamente, em atos. Tais valores, que se traduzem em éticos, morais e estéticos, nos encaminham para o despertar de expressões de amor e manifestações de respeito, que têm estado adormecidas, nos últimos tempos.

É hora de começarmos a convocar a presença da paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.

Vamos dar as mãos… que possamos agir sempre com respeito e solidariedade para, efetivamente, vivenciarmos a Paz!!

Um abraço fraterno, Direção do Jardim

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