A ansiedade é um sentimento normal e muito comum, tanto na vida dos adultos, como das crianças, no entanto, quando essa ansiedade é muito forte e impede a criança de viver sua vida normalmente ou de participar em diversas atividades, pode ser uma situação mais séria, que precisa ser abordada e tratada para permitir um desenvolvimento mais completo. É comum a criança apresentar sintomas de ansiedade quando os pais se separam, quando mudam de casa, mudam de escola ou quando algum ente querido morre, e por isso, os pais devem ficar atentos ao comportamento da criança, verificando se está se adaptando à situação ou se está desenvolvendo medos irracionais e excessivos.

Normalmente, quando a criança se sente segura, protegida e amparada, ela fica mais calma e mais tranquila. Conversar com a criança, olhando nos seus olhos, tentando entender ser ponto de vista, ajuda a entender os próprios sentimentos, contribuindo para o seu desenvolvimento. Existem alguns sinais que podem ajudar os pais a identificar uma situação de ansiedade, como: estar mais irritada e chorosa que o normal; ter dificuldade para pegar no sono; acordar mais vezes que o normal durante a noite; voltar a chupar o dedo; fazer xixi nas calças ou ter pesadelos frequentes. No entanto, se demorarem mais de 1 semana para passar, os pais ou cuidadores devem ficar atentos e tentar ajudar a criança a ultrapassar essa fase.

10 maneiras de ajudar uma criança ansiosa

Quando as crianças são ansiosas, até mesmo os pais mais bem intencionados podem cair num ciclo negativo e aumentar a ansiedade delas. Isto acontece quando os pais, antecipando os temores da criança, tentam protegê-la desses medos. Encontramos estas dicas do psiquiatra Clark Goldstein, especializado em tratamento de ansiedade, e achamos tudo bem pertinente. Dá só uma olhada:

1. O objetivo não é eliminar a ansiedade, mas ajudar a criança a controlá-la.

Nenhum de nós quer ver uma criança infeliz, mas a melhor maneira de ajudar as crianças não é querer superar a ansiedade tentando remover o estresse que a provocam. É preciso ajudá-las a aprender a tolerar essa ansiedade. E como consequência disso, a ansiedade pode diminuir ou desaparecer ao longo do tempo.

2. Não evite fazer coisas, simplesmente, porque a criança está ansiosa.

Ajudar as crianças a evitarem as coisas que elas têm medo, vai fazê-las se sentirem melhor num curto prazo, mas reforça a ansiedade a longo prazo. Se uma criança em uma situação desconfortável fica chateada, começa a chorar e os pais decidem retirá-la de um determinado lugar ou remover a coisa que ela tem medo: ela aprende que é assim que as coisas funcionam. E este ciclo acaba se repetindo.

3. Expresse expectativas positivas, mas realistas.

Você não pode prometer a uma criança que seus medos são irreais, que ela não vai falhar num teste, que ela vai se divertir em algo que a aflige ou que outra criança não vai rir dela durante sua apresentação na escola. Mas você pode plantar nela a confiança de que ela vai ficar bem, de que ela será capaz de se controlar e, então, enfrentando seus medos, o nível de ansiedade vai cair ao longo do tempo. Assim, ela terá a segurança de que as expectativas dela são realistas e que você não vai pedir pra ela fazer nada que ela não consiga suportar.

4. Respeite os sentimentos da criança, mas não os empodere.

É importante compreender que validar algo, nem sempre, significa concordar com esse algo. Então, se uma criança está com medo de ir ao médico, porque tem medo da vacina, você não vai menosprezar isso, mas você também não vai aumentar esse sentimento. Você vai precisar ouvir, ser compreensiva, ajudá-la a entender sobre o motivo da ansiedade e incentivar que ela enfrente os medos. A sua mensagem tem que ser: “Eu sei que você está com medo, e isso é bom, e eu estou aqui, e eu vou ajudá-la a passar por isso.”

5. Não faça perguntas cruciais.

Incentive seu filho a falar sobre seus sentimentos, mas não tente perguntar o “X” da questão. Evite perguntas do tipo: Você está ansiosa por causa da sua prova? Você está preocupada com a feira de ciências? Para evitar alimentar o ciclo de ansiedade é melhor optar por perguntas mais amplas: Como você está se sentindo sobre a feira de ciências?

6. Não reforce os medos da criança.

Digamos que uma criança teve uma experiência negativa com um cão. Numa próxima vez que ela está perto de um cão, você, como mãe, pode estar ansiosa sobre como ela irá se comportar. Aí, involuntariamente, querendo protegê-la, você acaba soltando uma frase do tipo: “Talvez seja melhor você tomar cuidado. É melhor ficar com medo dele para se proteger”. Esse tipo de reforço do medo precisa ser evitado.

7. Encoraje a criança a tolerar sua ansiedade.

Deixe o seu filho saber que você aprecia o trabalho dele em tentar tolerar a ansiedade, a fim de fazer o que ele quer ou precisa fazer. É realmente fazê-lo ter uma vida ativa e deixar a ansiedade tomar naturalmente outro rumo. Esse rumo é chamado de “curva de adaptação” – vai caindo ao longo do tempo, à medida que a criança continua a ter contato com a ansiedade. Não chega a cair a zero, nem tão rapidamente como a gente gostaria, mas é preciso entender que os medos devem ser encarados.

8. Encurte o período que antecede uma preocupação.

Quando estamos com medo de alguma coisa, o momento mais difícil é aquele antes daquilo acontecer. Assim, outra regra de ouro para os pais é realmente tentar eliminar ou reduzir o período de antecipação. Se uma criança está nervosa sobre ir a uma consulta médica, você não vai começar uma discussão sobre isto duas horas antes de ir. Assim, a tensão só vai aumentar. Então, basta tentar encurtar esse período.

9. Pense em estratégias por meio dos sinais que a criança nos dá.

Às vezes ajuda falar a respeito de um medo que possa vir a existir de fato. Uma criança que está ansiosa sobre a separação de seus pais pode se preocupar se um deles esquecê-la na escola. Então, vamos falar sobre isso. Se sua mãe não chegar no final da aula, o que você faria? Bem, eu diria para a professora que minha mãe não está aqui. E o que você acha que a professora faria? Bem, ela iria ligar para minha mãe ou pedir para eu esperar mais um pouco. Uma criança que tem medo que um estranho vá buscá-la na escola pode ter uma “senha secreta” com os seus pais, que só eles saberiam. Para algumas crianças, ter um plano pode reduzir a incerteza de forma saudável e eficaz.

10. Tente ser um modelo saudável para os filhos contra a ansiedade.

As crianças podem aprender de várias maneiras conosco, desde que a gente também demonstre a elas que estamos tentando lidar com as nossas próprias ansiedades e com os nossos medos. As crianças são perceptivas e adoram nos copiar. É claro que elas vão prestar atenção se você, ao telefone, disser a uma amiga que não está dando conta de se controlar por algum motivo. Não é o caso de fingir que você não passa por nenhum estresse. Mas tentar deixar as crianças ouvirem e identificarem em você coisas positivas, exemplos de que você, também, está tentando gerenciar o seu nervoso.

Fonte:  www.tuasaude.com.br/ansiedade-na-crianca www.tudosobreminhamae.com/blog/2017/9/25/10-maneiras-de-aiudar-uma-crianca-ansiosa

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