A ansiedade é um estado emocional que nos prepara para enfrentar situações estressantes ou de perigo no dia a dia, possibilitando a análise do que vai acontecer, e assim nos dando a oportunidade de agir da melhor maneira para se proteger. É, portanto, uma forma de defesa.

Existem várias ocasiões que podem provocar ansiedade, em momentos específicos da vida das crianças. Por exemplo, quando a criança começa a engatinhar e, depois, andar, ela pode ter medo das alturas, devido à possibilidade de cair e se machucar. Desta forma, a ansiedade alerta a criança para que ela aja de modo a evitar consequências negativas.

A ansiedade é uma emoção comum diante de novos acontecimentos. A criança, por estar em constantes descobertas, acaba processando situações e mudanças de forma mais lenta que os adultos, ou seja, ela passa por um período maior de interpretação e adaptação às coisas novas. Nesse período de pandemia, é normal as crianças apresentarem comportamentos diferentes, considerando que a saúde mental delas pode ter ficado abalada, já que sua rotina habitual, socialização com os colegas e a exploração de novos espaços foram afetados pelo isolamento social.

Crianças pequenas geralmente apresentam mais dificuldade em explicar o que estão sentindo e, por isso, podem não dizer que estão com ansiedade, pois elas mesmas também não entendem o que é estar ansiosas. Mas, existem alguns sinais que podem ajudar os pais a identificar uma situação de ansiedade, como: Estar mais irritada e chorosa que o normal; Ter dificuldade para pegar no sono; Acordar mais vezes que o normal durante a noite; Voltar a chupar o dedo ou fazer xixi nas calças; Ter pesadelos frequentes.

Os pais são os principais exemplos na vida das crianças, e suas atitudes são ainda mais importantes para elas, que os enxergam como heróis. Embora não precisem manter essa postura de serem invencíveis, podem tentar dar exemplos positivos. Controlar o estresse de forma saudável, com exercícios físicos e uma alimentação balanceada, é um exemplo de conduta adequada que pode ser ensinada às crianças. Além disso, os pais podem tomar algumas atitudes para ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade no dia a dia.

  • Tente diminuir o período de ansiedade. Mostre para a criança que a ansiedade é um sentimento temporário e que desaparece, mesmo quando parece que não tem forma de melhorar. Por isso, sempre que possível, os pais devem tentar diminuir o tempo da ansiedade, que normalmente é maior antes de se fazer alguma atividade. Por exemplo, se a criança tem medo de ir ao dentista, os pais podem falar que ela precisa ir à consulta apenas 1 hora antes, para evitar que a criança fique com esse pensamento por muito tempo.
  • Não evite por completo os medos da criança. Ajudar a criança com ansiedade a evitar as coisas de que ela tem medo fará com que ela se sinta melhor a curto prazo. Mas a longo prazo isso apenas reforça a ansiedade. Ninguém quer ver os filhos infelizes, mas a melhor maneira de ajudá-los com ansiedade é superá-la e não tentar remover os gatilhos que a desencadeiam. Ao ensiná-los a lidar com a ansiedade, automaticamente ela diminui com o tempo.
  • Converse com a criança sobre a situação que lhe causa ansiedade. Se ela apresenta preocupações em excesso, procure entender os sentimentos e as inquietações dela, mesmo se parecerem ser irracionais. Pergunte como ela se sente e demonstre entender antes de aconselhá-la. Dizer “Eu sei que é difícil. Está tudo bem se sentir triste” é uma maneira de validar a sua experiência e suas emoções. Só então forneça um conselho para lidar com o objeto da ansiedade.
  • Pratique atividades relaxantes com a criança: Esta é uma técnica simples e que pode ajudar a criança a controlar os seus próprios níveis de ansiedade quando está sozinha. Para isso, deve-se ensinar para a criança algumas atividades relaxantes, que podem ajudar a desviar o pensamento dos medos que está sentindo. Uma boa técnica de relaxamento consiste em respirar fundo, inspirando durante 3 segundos e expirando por outros 3, por exemplo.

Mesmo sendo difícil, os pais não devem reagir com irritação ou desprezo quando a criança apresenta uma crise de ansiedade. Em primeiro lugar é preciso manter a calma! Em seguida reconhecer os seus sentimentos, mostrar que está lá para ajudá-la e distraí-la com coisas que ela gosta. Conversar de forma clara e breve sobre a situação, também ajuda, pois muitas vezes a criança fica mais nervosa por não entender o que está acontecendo.

Se existem dúvidas em relação à saúde da criança, o melhor a fazer é procurar um profissional para uma avaliação e, se necessário, para intervenções. O psicólogo acolherá esses sentimentos que estão angustiando a criança e poderá auxiliar de maneira eficiente.

Ofereça apoio constante à criança, mostrando a ela que entende seus sentimentos e que ela poderá sempre contar com você.

Um abraço fraterno,
Direção do Jardim

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