Os primeiros anos de vida da criança são os mais decisivos no seu desenvolvimento. A arte pode trazer grandes contribuições para esse processo, pois é na interação entre a criança e o seu meio que se inicia a aprendizagem. A arte começa quando a criança reage e tem suas primeiras experiências sensoriais como tocar, cheirar, ver, manipular, saborear, escutar…

Qualquer método de perceber o meio e reagir contra ele é a base essencial para a produção de formas artísticas, assim como o desenho, que é uma das principais atividades realizadas na Educação Infantil. Através dele a criança comunica suas ideias, vontades e seus sentimentos, além de fazer pontes entre o mundo imaginário e o real.

Durante o seu processo de amadurecimento, a criança traz consigo diversos sentimentos, tais como medo, angústia, insegurança e alegria, os quais muitas vezes ela não sabe verbalizar, mas consegue expressar através do desenho, seja na forma de desenhar, na força que coloca em seus traçados e até nas cores que utiliza. E com nosso auxílio a criança vai aprendendo a lidar e controlar melhor suas emoções.

O desenho surge de forma espontânea e evolui junto ao desenvolvimento global da criança, passando por diversas fases. A primeira é a fase da rabiscação, quando a criança está mais preocupada com os movimentos, sons e explorações de novos materiais e os movimentos são desordenados e incontrolados, mas proporcionam prazer à criança.

A fase seguinte é chamada de garatuja, que é um importante passo no seu desenvolvimento, pois é o início da pressão que a conduzirá não só ao desenho e à pintura, mas também à palavra escrita. Enquanto desenha, a criança testa suas habilidades motoras, pois busca controlar seu próprio corpo até conseguir a habilidade de pinça para poder segurar o lápis ou o giz com a firmeza necessária. É preciso então oferecer à criança espaço suficiente, possibilitando a ampliação e aperfeiçoamento dos seus movimentos.

O desenho deixa de ser simples expressão motora e começa a representar coisas de sua realidade, em geral, figuras humanas. A criança começa a desenhar expressando o que sabe sobre o mundo e à medida que vai se desenvolvendo percebe que pode representar o que vê, construindo imagens do objeto ou cena do mundo real. Esse desenho nem sempre é fiel à realidade, e nem deve ser. Ele é a representação da realidade que a criança enxerga, e é importante que seja valorizado.

Já na fase esquemática, quando a criança tem maior poder de concentração, os desenhos possuem uma organização espacial e são mais ricos em detalhes, com formas mais elaboradas e as figuras se relacionam uma com as outras O desenho da figura humana é bastante completo e variado em suas formas. Todas essas fases devem ser respeitadas, assim como as individualidades da criança, sem fazer comparações entre elas.

O desenho é a primeira escrita da criança, esses dois processos interagem e se complementam. O desenvolvimento progressivo do desenho, dos rabiscos iniciais para as construções cada vez mais ordenadas, fazem surgir os primeiros símbolos. Tanto o desenho como a escrita passam da representação mental para a representação gráfica. Por isso os dois têm uma relação de interdependência, pois quanto mais oportunidades as crianças tiverem de representar a sua impressão sobre o mundo, seus sentimentos e emoções, mais ela estará disposta a se apropriar do sistema de escrita.

Contem conosco sempre, caso precisem de ajuda ou orientação para estimular a relação da criança com o mundo mágico dos desenhos!

Um abraço fraterno,
Direção do Jardim

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